Editorial
Mario Cesar Vidal, Dr. Ing., E.C. Senior
Apresentamos aos leitores o primeiro número em edição eletrônica da revista Ação Ergonômica. Contamos com artigos de diversas origens, mas que neste numero tem uma ênfase em um dos epicentros das questões ergonômicas: a avaliação. A atuação do ergonomista é basicamente formular propostas de melhorias nas situações de trabalho, formulação esta que poderá ser redigida ou estabelecida de forma projetual, com maiores ou menores requintes de visualização, com graus mais ou menos aprofundados de especificação e detalhamento, sempre de acordo com a natureza das demandas e dos escopos contratuais. Em quaisquer destes níveis de abrangência, graus de aprofundamento e limites contratuais, a avaliação é a prática recorrente e subjacente à ação ergonômica. Avaliar é formar juízos e estes se estabelecem desde o lugar cientifico e materializando-se no universo negocial que contextualiza a ação ergonômica. Ao tratarmos do tema, elegendo-o como o assunto deste numero 2 do volume 2 de ação ergonômica, estamos, no fundo trazendo ao debate a forma como fazemos ergonomia, ou seja como encaminhamos as ações ergonômicas seja na perspectiva da investigação científica, seja no seu desdobramento em práticas consultivas. Este exemplar se inicia uma avaliação qualitativa de páginas web, o que se tornou um componente de nosso cotidiano, e nem sempre ajudado pela baixa amigabilidade destes produtos da contemporaneidade. O artigo de nossas colegas mexicanas mostra a amplitude da questão e fornece indicações úteis e paliçadas. A avaliação seguinte busca confrontar propostas metodológicas para a ação em termos de melhorias de condições de trabalho, cujo maior interesse esta em discutir propostas metodológicas geradas no Brasil, tais como o conceito MEPHISTO, que apesar de ser um curioso acrônimo, tem sido bastante empregadas em trabalhos de natureza mais acadêmica no campo mais geral das condições de trabalho. A terceira avaliação se reveste de uma especial importância dado que os autores elegem como tema a organização do trabalho, veio fundamental e paradoxalmente pouco explorado nos estudos, pesquisas e atividades praticas em Ergonomia. Ação ergonômica tem buscado publicar ao menos um artigo por exemplar com esta ênfase nos aspectos organizacionais e coube ao grupo de pesquisadores da UFPb ocupar este importante lugar neste exemplar. A quarta avaliação se encaminha no tema delicado do estresse no trabalho, tema polissêmico, para o que os autores, também daquela importante universidade nordestina, logram estabelecer a operacionalidade conceitual minimamente necessária para a lida ergonômica. Encerra o exemplar um artigo bastante original que aponta a contabilidade como um campo conexo na Ergonomia, buscando mostrar como e porque seja importante avaliar a expressão econômica das condições de trabalho conotadas pela ausência da ergonomia. Tal perspectiva apontada pelo Prof. Hal Hendrick no número 2 do volume 1 de Ação ergonômica encontra aqui um prosseguimento, um aprofundamento e uma operacionalização conceitual necessária para o avanço do conhecimento neste campo da gestão ergonômica de processos. Assim é que Ação ergonômica se apresenta neste exemplar de 2005 com teores que esperamos permitam perseverar no cumprimento de nossa missão, que é a de ser um periódico científico e tecnológico que apresente as bases conceituais, metodológicas e instrumentais para ações e projetos em ergonomia.