Revista Ação Ergonômica
https://revistaacaoergonomica.org/article/doi/10.4322/rae.v12n1.e201713
Revista Ação Ergonômica
Artigo de Pesquisa

A PERPETUAÇÃO DO SABER-FAZER INDEPENDENTE DAS REGRAS FORMAIS: O CASO DA OURIVESARIA BRASILEIRA

THE PERPETUATION OF KNOWLEDGE INDEPENDENT OF FORMAL RULES: THE CASE OF BRAZILIAN JEWELRY MAKING

LA PERPETUACIÓN DEL CONOCIMIENTO INDEPENDIENTE DE NORMAS FORMALES: OH CASO DE JOYERÍA BRASILEÑA

Lorena Oliveira, Raoni Rocha

Downloads: 0
Views: 406

Resumo

Aprender um ofício e desempenhá-lo com qualidade significa seguir regras e passar por treinamentos formais? Alguns autores defendem que sim, mostrando que a regra ocupa um local central na aprendizagem humana no trabalho e que, para isso, treinamentos devem ser realizados aos novatos para que, posteriormente, os conhecimentos possam ser aplicados no campo. Por outro lado, diversos trabalhos mostram que o saber-fazer é adquirido, sobretudo, de forma tácita, fundada na experiência e independente das regras formais existentes na organização. Esse artigo defende esse último ponto de vista. Por meio de uma revisão bibliográfica sobre o assunto, este trabalho buscará ilustrar um exemplo prático, o da ourivesaria brasileira, que, apesar de ser um ofício muito antigo e de exigir uma alta habilidade técnica para a sua execução, se perpetuou na nossa sociedade sem nenhum tipo de regra direcionada à operacionalização das suas atividades. Concluímos com o fato de que o saber-fazer é constituído socialmente, por intermédio da interação e da experiência dos membros de um mesmo grupo social, sem que as regras formais tenham qualquer tipo de influência sobre esse processo.

Palavras-chave

Ourives, Ourivesaria, Aprendizagem Humana.

Abstract

Learning a trade and playing it with quality means following rules and going through formal training? Some authors argue that, yes, showing that the rule occupies a central place in human learning at work and that, for this, training should be done to the novices so that, later, the knowledge can be applied in the field. On the other hand, several works show that the know-how is acquired, mainly, tacitly, based on experience and independent of the formal rules that exist in the organization. This article defends that last point of view. Through a bibliographical review on the subject, this work will seek to illustrate a practical example, that of Brazilian jewelery, which, despite being a very old craft and requiring a high technical skill for its execution, has perpetuated itself in our society without no type of rule directed to the operationalization of its activities. We conclude with the fact that know-how is socially constituted through the interaction and experience of the members of the same social group, without the formal rules having any kind of influence on this process.

Translation version DOI:  https://doi.org/10.4322/rae.v12n1.e201713.en

Keywords

Goldsmiths, Goldsmithing, Human Learning.

Resumen

¿Aprender un trabajo y desempeñarlo con calidad significa seguir reglas y recibir capacitación formal? Algunos autores sostienen que sí, demostrando que la regla ocupa un lugar central en el aprendizaje humano en el trabajo y que, Para ello se debe realizar formación a los recién llegados para que, posteriormente, los conocimientos puedan ser aplicados en el campo. Por otro lado, varios trabajos muestran que el saber hacer se adquiere, sobre todo, de forma tácita, a partir de experiencia e independiente de las reglas formales existentes en la organización. Este artículo defiende este último punto de vista. Por bastante de una revisión bibliográfico sobre el sujeto, Éste trabajar buscará ilustrar uno ejemplo práctico, el orfebre Brasileño, qué, a pesar de en ser uno artesanía muy viejo Es en demanda uno alto capacidad técnica para El su ejecución, si perpetuado en nuestra sociedad sin ningún tipo de norma dirigida a la operacionalización de sus actividades. Concluimos con el hecho de que Que el saber hacer se constituye socialmente, a través de la interacción y experiencia de los miembros de un mismo grupo. sociales, sin qué hacia normas tener formal cualquier tipo en influencia acerca de eso proceso.

DOI de la versión traducida: https://doi.org/10.4322/rae.v12n1.e201713.es

Palabras clave

Orfebres, Orfebre, Aprendiendo Humano.

Referências

CAROLY,   S. (2010)   L’activité    collective    et    la réélaboration des règles : des enjeux pour la santé au travail. Document d’ HDR         en          Ergonomie,     Bordeaux: Université Victor Segalen Bordeaux 2, .                           Recuperado em janeiro de 2016, de: https://hal.archives-ouvertes.fr/tel- 00464801/document

CUNHA, L. A. (2005). Ensino de ofícios artesanais e manufatureiros no Brasil escravocrata. São Paulo: UNESP.

DREYFUS, H. L., & DREYFUS, S. E. (1986). Mindover machine. The power of human intuition and expertise in the era of the computer. Oxford: Blackwell.

FRANCESCHI, H. M. (1988). O ofício da prata no Brasil - Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Studio HMF Ltda..

FURTADO, A. (2002). Mudança Institucional e Inovação na Indústria Brasileira de Petróleo. IX Congresso Brasileiro de Energia. Rio de Janeiro.

GIPPS, C. Social-cultural aspects of assessment. In A, Iran-Nejad e P. Pearson (Eds.), Review of Research in Education, 24, pp. 355-392.

GUÉRIN, F., LAVILLE, A., DANIELLOU, F.,        DURAFOURG,        J.,        & KERGUELEN, A. (1991). Comprendre le travail    pour    le    transformer.    La pratique de l’ergonomie. Lyon : Editions ANACT.

HACKMAN, J. B. Towards understanding the role of tasks in behavioral research. Acta Psychology, n° 31, p. 97-128,1969. https://doi.org/10.1016/0001-6918(69)90073-0

LAVILLE,      A.,      TEIGER,       C.,       & DURAFFOURG, J. (1972). Conséquences du travail répétitif sous cadence sur la santé des travailleurs et les accidents. Collection du Laboratoire de physiologie du travail et d’ergonomie du Conservatoire National des Arts et Métiers, Rapport final, n 29, mars, Paris .

LEPLAT, J. (1997). Regard sur l’activité en situation de travail : contribution à la psychologie ergonomique. Vendôme : PUF, Collection Le Travail Humain.

LEPLAT, J., & HOC, J., M. (1983). Tâches etactivités dans l’analyse psychologique des situations. Cahiers de psychologie cognitive, 3, p. 49-64.

LEWIN, K. (1951). Field theory in social science: selected theoretical papers. New York: Harper.

LINHART, D. L’établi, (1978). Paris: Éditions de Minuit.

MARTINS, C. (2008). Dez anos de investigação em avaliação das aprendizagens: Reflexões a partir da análise de dissertações de mestrado. (Dissertação de Mestrado). Universidade de Lisboa: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação.

MARTINS, M. S. N. (2012). A arte das corporações de ofícios: as irmandades e o trabalho no Rio de Janeiro colonial. CLIO – Revista de Pesquisa Histórica, Universidade Federal de Pernambuco, Vol.    30.1. Recuperado em dezembro de 2015, de http://www.revista.ufpe.br/revistaclio/index.php/revista/article/viewFile/225/151 

NONAKA, I., & TAKEUCHI, H. (1997). Criação do conhecimento na empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus.

OLIVEIRA, O. C. S. (1948). Ourivesaria brasileira. Anais do Museu Histórico Nacional (vol. IX). Rio de Janeiro.

OMBREDANE, A., & FAVERGE, J. M. (1955). L’analyse du travail. Paris: PUF.

POLANYI, M. (1966). The logic of tacit inference. In M. Grene (Ed.), Knowing and Being: Essays by Michael Polanyi (1969). (pp.140-44). Chicago: University of Chicago Press. Polanyi, M. (1966). The tacit dimension. London: Routledge & Kegan Paul.

REIS, L. (2005). Os homens rudes e muito honrados dos mesteres. Revista Ciências e Técnicas do Patrimônio, Porto (I Série vol. IV, pp. 235-259). Recuperado em dezembro de 2015, de http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/4945.pdf

ROCHA, R.; MOLLO, V.; DANIELLOU, F. (2015). Culture de sécurité des organisations à risque. Saarbrücken: Éditions Universitaires Européenes.

SIMON, H. A. (1957). Models of man: social and rational – mathematical essays on rational human behavior in society setting. New York: Wiley.

SOUZA, G.V. (1999). A joalharia em Portugal, 1750 -1825. Porto: Civilização Editora.

627981a3a953955274358a82 abergo Articles
Links & Downloads

R. Ação Ergon.

Share this page
Page Sections