Revista Ação Ergonômica
https://revistaacaoergonomica.org/article/doi/10.4322/rae.v15n2.e202101
Revista Ação Ergonômica
Artigo de Pesquisa

“LAR, DOCE LAR”: OS PROJETOS RESIDENCIAIS PREVEEM ACESSIBILIDADE ÀS PESSOAS COM MOBILIDADE REDUZIDA?

“HOME, SWEET HOME”: DO RESIDENTIAL PROJECTS PROVIDE ACCESSIBILITY FOR PEOPLE WITH REDUCED MOBILITY?

Christian Albers, Michele Barth, Jacinta Sidegum Renner

Downloads: 1
Views: 217

Resumo

No Brasil, a moradia é um direito social e o sonho da casa própria cria expectativas e desejos. A habitação, para ser eficiente, deve levar em conta as necessidades das pessoas que usufruirão diariamente e, eventualmente, por toda vida, dos espaços edificados. O objetivo deste estudo consiste em verificar se os projetos residenciais são acessíveis e/ou adaptáveis para pessoas com mobilidade reduzida. Esta pesquisa é de natureza básica e em relação aos objetivos é descritiva. A análise e discussão de dados se configura como abordagem qualitativa. Como fonte de dados foram analisados 61 projetos aprovados pelo Setor de Arquitetura da Prefeitura Municipal de Linha Nova/RS, entre os anos de 2015 e 2020. Conforme os dados encontrados, uma provável ou inevitável adaptação futura será custosa e demorada em grande parte das residências, uma vez que 75,41% apresentam desníveis no acesso principal; 62,30% tem banheiros com portas menores de 80cm; 93,40% possuem sanitários com a porta abrindo para dentro do espaço; 82,05% tem corredores que não permitem rotação de cadeira de rodas e adequado acesso aos espaços contíguos; e 63,21% dos banheiros não tem possibilidade de acesso seguro e confortável de cadeira de rodas. Percebe-se que a legislação municipal não dialoga com a NBR e, como resultado, poucas edificações são plenamente aptas às necessidades das pessoas com mobilidade reduzida.

Palavras-chave

Projetos Residenciais, Acessibilidade, Design Universal, Adaptação, Pessoas com Mobilidade Reduzida.

Abstract

In Brazil, housing is a social right and the dream of owning a home creates expectations and desires. Housing, to be efficient, must take into account the needs of the people who will use the built spaces daily and, eventually, for their entire lives. The objective of this study is to verify whether residential projects are accessible and/or adaptable for people with reduced mobility. This research is basic in nature and in relation to its objectives it is descriptive. Data analysis and discussion is configured as a qualitative approach. As a source of data, 61 projects approved by the Architecture Sector of the Municipality of Linha Nova/RS, between 2015 and 2020, were analyzed. According to the data found, a likely or inevitable future adaptation will be costly and time-consuming in most homes. , since 75.41% have unevenness in the main access; 62.30% have bathrooms with doors smaller than 80cm; 93.40% have toilets with the door opening into the space; 82.05% have corridors that do not allow wheelchair rotation and adequate access to adjacent spaces; and 63.21% of bathrooms do not have the possibility of safe and comfortable wheelchair access. It is clear that municipal legislation does not interact with the NBR and, as a result, few buildings are fully suitable for the needs of people with reduced mobility.

Translation version DOI:  https://doi.org/10.4322/rae.v15n2.e202101.en

 

Keywords

Residential  Projects, Accessibility, Universal Design, Adaptation, People with Reduced Mobility.

References

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9050:
Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro.
Disponível em: <https://www.caurn.gov.br/wp-content/uploads/2020/08/ABNT-NBR-9050-
15-Acessibilidade-emenda-1_-03-08-2020.pdf>. Acesso em: 26 ago. 2021.
ALBERS, C.; BARTH, M.; RENNER, J. S. Acessibilidade em residências: a percepção dos
usuários sobre adaptações necessárias para o uso da cadeira de rodas. Anais do XIII Seminário
de Pós-Graduação. Novo Hamburgo: Universidade Feevale, v. 13, p. 1370-1381, 2020.
Disponível em:
<http://www.feevale.br/divulgacao/2020/sitefeevale/SPG/Seminario%20de%20Posgraduacao%
202020.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2021.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa, Portugal: Edições 70, 1977. 225 p.
CARLI, S. P. Moradias inclusivas no mercado habitacional brasileiro. In: ORNSTEIN, S. W.;
ALMEIDA PRADO, A. R.; LOPES, M. E. (Orgs.). Desenho universal: caminhos da
acessibilidade no Brasil. São Paulo: Annablume, 2010. p. 131-142.
CASTRO. J. C. Ir e Vir – acessibilidade, compromisso de cada um. Gráfica Gibim e Editora,
Campo Grande, 2013.128 p.
CLOSS, V. E.; SCHWANKE, C. E. A. A evolução do índice de envelhecimento no Brasil, nas
suas regiões e unidades federativas no período de 1970 a 2010. Revista Brasileira de Geriatria
e Gerontologia, v. 15, n. 3, p. 443-458, 2012. Disponível em;
12
<https://www.scielo.br/j/rbgg/a/HFQJzn6F8SZWBBykgbm8yjh/abstract/?lang=pt>. Acesso
em: 25 ago. 2021.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo
demográfico 2010. Disponível em: <
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/9662-censo-demografico-
2010.html?=&t=downloads>. Acesso em: 20 ago. 2021.
JORDAN, W. A. Universal Design for the Home: barrier-free living for all generations.
Singapura: Quary Books, 2008. 207 p.
LEITE, M. A. L. A NBR 9050 e o Design Universal: um estudo sobre o banheiro. 2016. 179
f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, RN, 2016. Disponível em: <https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/21566>.
Acesso em: 21 ago. 2021.
LINHA NOVA (Município). Lei Municipal nº 680, de 05 de julho de 2013. Institui o Código
de Edificações e dá outras providências. Disponível em:<
http://www.linhanova.rs.gov.br/web/legislacao/ver/633/>. Acesso em: 21 ago. 2021.
LOGSDON, L.; FABRÍCIO, M. M.; SOUSA, D. M.; PADILHA, Y. G. Funcionalidade e
mobiliário da habitação: contribuições para o projeto de moradias sociais. Arquitetura Revista,
v. 15, n. 2, p. 213-237, jul./dez. 2019. Disponível em:
<http://revistas.unisinos.br/index.php/arquitetura/article/view/arq.2019.152.01/60747127>.
Acesso em 23 ago. 2021.
SANTOS FILHO, G. M. Construindo um itinerário histórico do desenho universal: a
normatização nacional e internacional da acessibilidade. In: ORNSTEIN, S. W.; ALMEIDA
PRADO, A. R.; LOPES, M. E. (Orgs.) Desenho universal: caminhos da acessibilidade no
Brasil. São Paulo: Annablume, 2010. p. 35-44.
PALERMO, C.; MORAIS, G.; COSTA, M.; FELIPE, C. Habitação Social: Uma Visão
Projetual. In: Anais do IV Colóquio de Pesquisas em Habitação: Coordenação Modular e
Mutabilidade, Belo Horizonte, 2007. Disponível em:
<http://www.mom.arq.ufmg.br/mom/coloquiomom/comunicacoes/palermo.pdf>. Acesso em:
23 ago. 2021.
PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. Metodologia do trabalho científico: métodos e
técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013. 276 p.

65b9954da95395780e15d513 abergo Articles
Links & Downloads

R. Ação Ergon.

Share this page
Page Sections