Revista Ação Ergonômica
https://revistaacaoergonomica.org/article/doi/10.4322/rae.v16e202210
Revista Ação Ergonômica
Artigo de Pesquisa

O ÚNICO PROBLEMA É A AULA SER "FRIA": UMA ANÁLISE SOBRE O SOFRIMENTO MENTAL DE ALUNOS EM ENSINO REMOTO

THE ONLY ISSUE IS THE CLASS BEING 'COLD': AN ANALYSIS OF MENTAL SUFFERING AMONG STUDENTS IN REMOTE LEARNING

“... EL ÚNICO PROBLEMA ES QUE LA CLASE ES 'FRÍA'...": UN ANÁLISIS DEL SUFRIMIENTO MENTAL DE LOS ESTUDIANTES EN EL APRENDIZAJE A DISTANCIA

Guilherme Fernando Soares de Araújo

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Resumo

Este artigo se propõe a estudar o sofrimento mental de alunos do ensino profissionalizante. A sua abordagem será centrada na ergonomia francesa e resiste às abordagens tradicionais de formalização do saber prático-profissional da área de saúde e segurança do trabalho. Os sistemas convencionais de ensino, pautados em sala de aula tradicionais, foram adaptados para se adequarem à crise de saúde pública de Covid-19 e passaram adotar salas virtuais. A solução encontrada para continuar com os calendários acadêmicos foi adotar o sistema remoto. O ensino remoto, entretanto, é limitado para atuar na transmissão do conhecimento explícito, mas não com a transmissão do saber-fazer. A hipótese inicial é que essa modalidade de ensino acarreta uma elevação do sofrimento mental dos alunos. O objetivo é aplicar o questionário SQR-20, investigar e pontuar as estratégias adotadas pelos alunos para lidarem com os dilemas no ensino e, com isso, propor soluções que melhor se adequem as demandas apresentadas. Espera-se que os resultados desse estudo possam promover melhorias no ensino-aprendizagem das atividades remotas e, também, propiciar ações que potencialize a saúde dos estudantes das instituições educacionais. Com base nos resultados 75,0% da turma apresentou sofrimento mental e desenvolveu transtornos característicos da ansiedade de acordo com o questionário SQR-20 e, corroboram com os elevados níveis de ansiedade em alunos em ensino on-line verificados na literatura.

Palavras-chave

Ergonomia, Ensino Remoto, Teletrabalho, Ensino Profissional.

Abstract

This article aims to study the mental suffering of students in vocational education. Its approach will be centered on French ergonomics and resists traditional approaches to formalizing practicalprofessional knowledge in the area of occupational health and safety. Conventional education systems, based on traditional classrooms, were adapted to adapt to the public health crisis of Covid19 and started to adopt virtual classrooms. The solution found to continue with academic calendars was to adopt the remote system. Remote learning, however, is limited to act in the transmission of explicit knowledge, but not with the transmission of know-how. The initial hypothesis is that this type of teaching leads to an increase in students' mental suffering. The objective is to apply the SQR-20 questionnaire, investigate and score the strategies adopted by students to deal with the dilemmas in teaching and, with this, propose solutions that best suit the demands presented. It is expected that the results of this study can promote improvements in teaching-learning of remote activities and provide actions that enhance the health of students in educational institutions. Based on the results, 75.0% of the class presented mental suffering and developed characteristic anxiety disorders according to the SQR-20 questionnaire, which corroborates the high levels of anxiety in students in online education verified in the literature.

 Translated version DOI: https://doi.org/10.4322/rae.v16e202210.en

Keywords

Ergonomics, Remote Teaching, Teleworking, Professional Education.

Resumen

Este artículo tiene como objetivo estudiar el sufrimiento mental de los estudiantes en la formación profesional. Su enfoque se centrará en la ergonomía francesa y se resiste a los enfoques tradicionales de formalización del conocimiento práctico-profesional en el ámbito de la salud y la seguridad en el trabajo. Los sistemas educativos convencionales, basados en aulas tradicionales, se adaptaron a la crisis sanitaria del Covid-19 y comenzaron a adoptar las aulas virtuales. La solución encontrada para continuar con los calendarios académicos fue adoptar el sistema remoto. La enseñanza a distancia, sin embargo, se limita a actuar en la transmisión de conocimientos explícitos, pero no con la transmisión de saberes. La hipótesis de partida es que esta modalidad de enseñanza conlleva un aumento del sufrimiento mental de los estudiantes. El objetivo es aplicar el cuestionario SQR-20, investigar y puntuar las estrategias adoptadas por los estudiantes para enfrentar dilemas en la enseñanza y, con ello, proponer soluciones que mejor se adapten a las demandas presentadas. Se espera que los resultados de este estudio puedan promover mejoras en la enseñanza-aprendizaje de las actividades a distancia y también proporcionar acciones que mejoren la salud de los estudiantes en las instituciones educativas. Con base en los resultados, el 75,0% de la clase presentó malestar mental y desarrolló trastornos característicos de ansiedad según el cuestionario SQR-20, corroborando los altos niveles de ansiedad en los estudiantes en educación en línea verificados en la literatura.

DOI de la versión traducida: https://doi.org/10.4322/rae.v16e202210.es

Palabras clave

Ergonomía, Enseñanza a Distancia, Teletrabajo, Enseñanza Profesional.

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