Revista Ação Ergonômica
https://revistaacaoergonomica.org/article/doi/10.4322/rae.v17e202303
Revista Ação Ergonômica
Artigo de Pesquisa

PANORAMA DOS ACIDENTES DE TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL BRASILEIRA: ANÁLISE DE INDICADORES E ESTATÍSTICAS

OVERVIEW OF ACCIDENTS AT WORK IN BRAZILIAN CIVIL CONSTRUCTION: ANALYSIS OF INDICATORS AND STATISTICS

PANORAMA DE LOS ACCIDENTES LABORALES EN LA CONSTRUCCIÓN CIVIL BRASILEÑA: ANÁLISIS DE INDICADORES Y ESTADÍSTICAS

Lucas Benício Rodrigues Araújo, Leonária Araújo Silva, Ana Karoliny Lemos Bezerra

Downloads: 20
Views: 1311

Resumo

A construção civil emprega milhões de profissionais e movimenta parte significante da economia. Contudo, ainda registra milhares de acidentes, apresentando altos indicadores de número de dias de afastamento e taxa de letalidade. Portanto, é importante entender o comportamento dos acidentes de trabalho para identificar as classes mais críticas e tomar medidas para melhorar as estatísticas. Este estudo analisou as estatísticas de acidentes de trabalho na construção no decênio 2009-2018, explicando as principais causas das variações do número de acidentes, além de analisar mais detalhadamente as estatísticas e indicadores no triênio 2016-2018, elencando o comportamento das subdivisões do setor dentro da matriz do número de acidentes e identificando a taxa de letalidade e a incidência das classes prioritárias. A partir do estudo do decênio, verificou-se forte relação entre número de acidentes, quantidade de pessoas do setor e momento econômico, não ocorrendo uma clara melhora na saúde e segurança do trabalhador. Com base na análise do triênio, constatou-se que apenas 4 classes (construção de edifícios, obras para geração e distribuição de energia elétrica e para telecomunicações, incorporação de empreendimentos imobiliários e construção de rodovias e ferrovias) representaram mais de 60% dos acidentes, evidenciando a importância de serem mais rigorosamente fiscalizadas.

Palavras-chave

Acidentes de Trabalho, Construção Civil, Estatísticas, Indicadores.

Abstract

Civil construction employs millions of professionals and moves a significant part of the economy. However, it still records numbers of accidents, high indicators of the number of days of absence and lethality rate. Therefore, it is important to understand the behavior of accidents at work to identify as the most critical classes and to take actions to improve statistics. This study analyzed the statistics of occupational accidents in construction in the 2009-2018 decade, explaining as the main causes of the variations in the number of accidents, in addition to analyzing thoroughly how statistics and indicators in the 2016-2018 three-year period, listing the behavior of the sector's subdivisions within the number of accidents matrix and identifying a lethality rate and the impact of priority classes. From the study of the decade, there was a strong relationship between the number of accidents, the number of people in the sector and the economic moment, with no clear improvement in worker health and safety. Based on the analysis of the triennium, it was found that only 4 classes (construction of buildings, works for the generation and distribution of electricity and for telecommunications, incorporation of real estate projects and construction of highways and railways) accounted for more than 60% of accidents, highlighting the importance of being effectively monitored.

 Translated version DOI: https://doi.org/10.4322/rae.v17e202303.en

Keywords

Occupational Accident, Construction, Statistics, Indicators.

Resumen

La construcción civil emplea a millones de profesionales y mueve una parte importante de la economía. Sin embargo, aún registra miles de accidentes, presentando altos indicadores de número de días de ausencia y tasa de letalidad. Por lo tanto, es importante comprender el comportamiento de los accidentes laborales para identificar las clases más críticas y tomar medidas para mejorar las estadísticas. En este estudio se analizaron las estadísticas de accidentes laborales en la construcción en la década 2009-2018, explicando las principales causas de las variaciones en el número de accidentes, además de analizar con mayor detalle las estadísticas e indicadores en el trienio 2016-2018, listando el comportamiento de las subdivisiones del sector dentro de la matriz del número de accidentes e identificando la tasa de letalidad y la incidencia de las clases prioritarias. A partir del estudio del período de diez años, se encontró una fuerte relación entre el número de accidentes, el número de personas en el sector y el momento económico, sin una mejora clara en la salud y seguridad de los trabajadores. A partir del análisis del trienio, se encontró que solo 4 clases (construcción de edificios, obras de generación y distribución de energía eléctrica y de telecomunicaciones, incorporación de proyectos inmobiliarios y construcción de carreteras y ferrocarriles) concentraron más del 60% de los accidentes, evidenciando la importancia de ser fiscalizados con mayor rigor.

DOI de la versión traducida: https://doi.org/10.4322/rae.v17e202303.es

Palabras clave

Accidentes de Trabajo, Construcción Civil, Estadística, Indicadores.

Referências

Andersen, L. P., Nordam, L., Joensson, T., Kines, P., & Nielsen, K. J. (2018). Social identity, safety climate and self-reported accidents among construction workers. Construction Management and Economics, 36(1), 22-31. https://doi.org/10.1080/01446193.2017.1339360

Belandi, C. (2020). Indústria da construção: No 5º ano de queda, setor da construção ocupa 1,9 milhão de pessoas em 2018. Agência IBGE Notícias. Recuperado em 17 de agosto de 2020, de agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/27797-no-5-ano-de-queda-setor-da-construcao-ocupa-1-9-milhao-de-pessoas-em-2018.

Brasil, Ministério da Fazenda, Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência. (2017). Estratégia Nacional para Redução dos Acidentes do Trabalho 2015-2016. Associação Nacional de Medicina do Trabalho. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de anamt.org.br/site/upload_arquivos/legislação_2016_14120161355237055475.pdf.

Brasil, Ministério da Fazenda, Instituto Nacional do Seguro Social, Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência. (2009). Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho: AEAT. Ministério do Trabalho e Previdência. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/saude-e-seguranca-do-trabalhador/dados-de-acidentes-do-trabalho.

Brasil, Ministério da Fazenda, Instituto Nacional do Seguro Social, Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência. (2010). Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho: AEAT. Ministério do Trabalho e Previdência. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/saude-e-seguranca-do-trabalhador/dados-de-acidentes-do-trabalho.

Brasil, Ministério da Fazenda, Instituto Nacional do Seguro Social, Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência. (2011). Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho: AEAT. Ministério do Trabalho e Previdência. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/saude-e-seguranca-do-trabalhador/dados-de-acidentes-do-trabalho.

Brasil, Ministério da Fazenda, Instituto Nacional do Seguro Social, Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência. (2012). Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho: AEAT. Ministério do Trabalho e Previdência. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/saude-e-seguranca-do-trabalhador/dados-de-acidentes-do-trabalho.

Brasil, Ministério da Fazenda, Instituto Nacional do Seguro Social, Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência. (2013). Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho: AEAT. Ministério do Trabalho e Previdência. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/saude-e-seguranca-do-trabalhador/dados-de-acidentes-do-trabalho.

Brasil, Ministério da Fazenda, Instituto Nacional do Seguro Social, Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência. (2014). Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho: AEAT. Ministério do Trabalho e Previdência. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/saude-e-seguranca-do-trabalhador/dados-de-acidentes-do-trabalho.

Brasil, Ministério da Fazenda, Instituto Nacional do Seguro Social, Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência. (2015b). Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho: AEAT. Ministério do Trabalho e Previdência. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/saude-e-seguranca-do-trabalhador/dados-de-acidentes-do-trabalho.

Brasil, Ministério da Fazenda, Instituto Nacional do Seguro Social, Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência. (2016). Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho: AEAT. Ministério do Trabalho e Previdência. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/saude-e-seguranca-do-trabalhador/dados-de-acidentes-do-trabalho.

Brasil, Ministério da Fazenda, Instituto Nacional do Seguro Social, Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência. (2017). Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho: AEAT. Ministério do Trabalho e Previdência. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/saude-e-seguranca-do-trabalhador/dados-de-acidentes-do-trabalho.

Brasil, Ministério da Fazenda, Instituto Nacional do Seguro Social, Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência. (2018). Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho: AEAT. Ministério do Trabalho e Previdência. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/saude-e-seguranca-do-trabalhador/dados-de-acidentes-do-trabalho.

Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). (2019). Resumo contas nacionais: PIB e VAB total Brasil, VAB indústria e VAB construção civil taxa % de crescimento do PIB total, VAB construção civil e participações %. Banco de Dados CBIC. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de http://www.cbicdados.com.br/menu/pib-e-investimento/pib-brasil-e-construcao-civil.

Coelho, D. F. B., & Ghisi, B. M. (2016). Acidente de Trabalho na Construção Civil em Rondônia. São Paulo: Blucher.

Central Única dos Trabalhadores (CUT). (2010). Novo PAC prevê investimento de até R$ 1 trilhão até 2014. CUT. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de https://www.cut.org.br/noticias/novo-pac-preve-investimentos-de-quase-r-1-tri-ate-2014-76f8

Gao, Y., Gonzalez, V. A., & Yiu, T. W. (2019). Exploring the relationship between construction workers’ personality traits and safety behavior. Journal of Construction Engineering and Management, 146. https://doi.org/10.1061/(ASCE)CO.1943-7862.0001763

Hola, B., & Szóstak, M. (2017). An occupational profile of people injured in accidents at work in the polish construction industry. Procedia Engineering, 208, 43-51. https://doi.org/10.1016/j.proeng.2017.11.019

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (2010). Pesquisa Anual da Indústria da Construção – PAIC, Tabela 2009. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de biblioteca.ibge.gov.br/index.php/bibliotecacatalogo?view=detalhes&id=754

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (2011). Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), Tabela 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de biblioteca.ibge.gov.br/index.php/bibliotecacatalogo?view=detalhes&id=754

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (2013). Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), Tabela 2012. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de biblioteca.ibge.gov.br/index.php/bibliotecacatalogo?view=detalhes&id=754

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (2014). Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), Tabela 2013. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de biblioteca.ibge.gov.br/index.php/bibliotecacatalogo?view=detalhes&id=754

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (2015). Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), Tabela 2014. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de biblioteca.ibge.gov.br/index.php/bibliotecacatalogo?view=detalhes&id=754

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (2016). Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), Tabela 2015. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de biblioteca.ibge.gov.br/index.php/bibliotecacatalogo?view=detalhes&id=754

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (2017). Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), Tabela 2016. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de biblioteca.ibge.gov.br/index.php/bibliotecacatalogo?view=detalhes&id=754

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (2018). Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), Tabela 2017. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de biblioteca.ibge.gov.br/index.php/bibliotecacatalogo?view=detalhes&id=754

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (2019). Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), Tabela 2018. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de biblioteca.ibge.gov.br/index.php/bibliotecacatalogo?view=detalhes&id=754

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (2020). Comissão Nacional de Classificação (CONCLA). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de cnae.ibge.gov.br/?option=com_cnae&view=estrutura&Itemid=6160&tipo=cnae&versao_classe=7.0.0&versao_subclasse=10.1.0

International Labour Organization (ILO). (1996). História da OIT. International Labour Organization. Recuperado em 21 de outubro de 2020, de ilo.org/global/about-theilo/history/lang--en/index.htm

International Labour Organization (ILO). (2014). Segurança e Saúde no setor da Construção – Superando os Desafios. International Labour Organization. Recuperado em 21 de outubro de 2020, de ilo.org/empent/Eventsandmeetings/WCMS_310993/lang--en/index.htm%E2%8C%AA

Junior, W. R. (2015?). Acidentes do trabalho: características e direitos do trabalhador. Jusbrasil. Recuperado em 17 de agosto de 2020, de saberalei.jusbrasil.com.br/artigos/341114233/acidente-do-trabalho-caracteristicas-e-direitosdo-trabalhador

Kines, P., Andersen, L. P. S., Spangenberg, S., Mikkelsen, K. L., Dyreborg, J., & Zohar, D. (2010). Improving construction site safety through leader-based verbal safety communication. Journal of Safety Research, 41(5), 399-406. https://doi.org/10.1016/j.jsr.2010.06.005

Lee, W., Migliaccio, G. C., Lin, K.-Y., & Seto, E. Y. W. (2020). Workforce development: Understanding task-level job demands-resources, burnout, and performance in unskilled construction workers. Safety Science, 123, 321-334. https://doi.org/10.1016/j.ssci.2019.104577

Liang, Q., Leung, M.-Y., & Ahmed, K. (2020). How adoption of coping behaviors determines construction workers’ safety: A quantitative and qualitative investigation. Safety Science, 133. https://doi.org/10.1016/j.ssci.2020.105035

Mattos, F. A. M. (2015). Avanços e dificuldades para o mercado de trabalho. Estudos Avançados, 29(85), 69-85. https://doi.org/10.1590/S0103-40142015008500006

Smartlab. (2020). SMARTLAB - Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho. Iniciativa Smartlab. Recuperado em 24 de agosto de 2020, de smartlabbr.org/

Vasconcelos, B., & Junior, B. B. (2015). The causes of workplace accidents and their relation to construction equipment design. Procedia Manufacturing, 3, 4392-4399. https://doi.org/10.1016/j.promfg.2015.07.437

Zhang, F., Fleyeh, H., Wang, X., & Lu, M. (2016). Construction site accident analysis using text mining and natural language processing techniques. Automation in Construction, 99, 238-248. https://doi.org/10.1016/j.autcon.2018.12.016

64f6764fa953956fae48de24 abergo Articles
Links & Downloads

R. Ação Ergon.

Share this page
Page Sections