Revista Ação Ergonômica
https://revistaacaoergonomica.org/article/doi/10.4322/rae.v15n2.e202111
Revista Ação Ergonômica
Research Article

ERGONOMIA COMUNITÁRIA E SUSTENTABILIDADE EM COMUNIDADES AGROECOLÓGICAS RURAIS

COMMUNITY ERGONOMICS AND SUSTAINABILITY IN RURAL AGROECOLOGICAL COMMUNITIES

ERGONOMÍA COMUNIDAD Y SOSTENIBILIDAD EN COMUNIDADES AGROECOLÓGICAS RURALES

Tharine da Silva Santos, Maria Christine Werba Saldanha, Emanoel Dias da Silva

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Resumo

Os Bancos de Sementes Comunitários(BSC), espaços coletivos utilizados armazenar estoques comunitários de sementes crioulas, gerenciado pelos agricultores, garantindo sementes para o plantio e contribuindo para conservação da biodiversidade. Este artigo buscou analisar os estoques das sementes crioulas dos Bancos de Sementes Comunitários do município Queimadas-PB e, propor estratégias para conservação da biodiversidade e do patrimônio cultural e genético dos agricultores. Foi realizada uma pesquisa situada qualitativa e quantitativa, utilizando o Sistema de Monitoramento de Bancos de Sementes Comunitário. Os 13 BSC de Queimadas contam com 364 associados e atendem 443 famílias agricultoras, estocam 1.650 kg de sementes distribuídas em 8 espécies (feijão de arranque, feijão macassar/de corda, fava, milho, forrageira, fruteira, oleaginosa e tubérculos) e 57 variedades. O milho é a espécie mais representativa em volume estocado, com 670 kg, representando 41%, seguido pelo feijão de arranque, com 320 kg (19%) e, feijão macassar/feijão de corda, com 312kg (19%). Dentre as 57 variedades, 22 foram classificadas como estoque crítico (EC ≤ 2 kg), sendo seis de feijão de arranque, cinco de feijão macassar/de corda, quatro de fava, dois de forrageira, dois de oleaginosas, uma variedade de fruteira e uma de tubérculo. Baseado na análise dos estoques de sementes crioulas de Queimadas e da Rede de BSC do Território da Borborema foram estabelecidas estratégias de ação para conservação da biodiversidade e garantia de sementes para os agroecossistemas familiares da região, entre as quais: implementação de campos de multiplicação, intercâmbio de sementes entre BSC, aportes externos e controle da movimentação dos estoques.

Palavras-chave

Sementes Crioulas, Bancos Comunitários de Semente, Biodiversidade, Ergonomia Participativa, Ergonomia Comunitária.

Abstract

Community Seed Banks (BSC), collective spaces used to store community stocks of native seeds, managed by farmers, guaranteeing seeds for planting and contributing to biodiversity conservation. This article sought to analyze the stocks of native seeds in Community Seed Banks in the municipality of Queimadas-PB and propose strategies for conserving biodiversity and the cultural and genetic heritage of farmers. Qualitative and quantitative situated research was carried out, using the Community Seed Bank Monitoring System. The 13 BSC of Queimadas have 364 members and serve 443 farming families, storing 1,650 kg of seeds distributed in 8 species (starter beans, macassar/string beans, broad beans, corn, forage, fruit, oilseeds and tubers) and 57 varieties . Corn is the most representative species in terms of stored volume, with 670 kg, representing 41%, followed by starter beans, with 320 kg (19%) and macassar beans/string beans, with 312 kg (19%). Among the 57 varieties, 22 were classified as critical stocks (EC ≤ 2 kg), six of which were starter beans, five macassar/string beans, four broad beans, two forage crops, two oilseeds, one variety of fruit and one of tuber. Based on the analysis of Creole seed stocks in Queimadas and the BSC Network of the Borborema Territory, action strategies were established to conserve biodiversity and guarantee seeds for family agroecosystems in the region, including: implementation of multiplication fields, exchange of seeds between BSC, external contributions and control of stock movement.

Translation version DOI:   https://doi.org/10.4322/rae.v15n2.e202111.en

Keywords

Creole Seeds, Community Seed Banks, Biodiversity, Participatory Ergonomics, Community Ergonomics.

Resumen

Bancos Comunitarios de Semillas (BSC), espacios colectivos utilizados para almacenar existencias comunitarias de semillas criollas, administrados por agricultores, garantizando semillas para la siembra y contribuyendo a la conservación de la biodiversidad. Este artículo buscado analizar tú cepo de semillas criollos del Bancos de Semillas Integrantes de la comunidad del municipio de Queimadas-PB y proponer estrategias para la conservación de la biodiversidad y el patrimonio cultural y genético de los agricultores. Se realizó una investigación situada cualitativa y cuantitativa, utilizando el Sistema de Monitoreo del Banco Comunitario de Semillas. Los 13 BSC de Queimadas cuentan con 364 socios y atienden a 443 familias de agricultores, abasteciendo 1.650 kilos de semillas repartido en 8 especies (frijol de puesta en marcha, frijol macassar/soga, habas, maíz, forrajes, frutas, oleaginosas y tubérculos) y 57 variedades. El maíz es la especie. más representante en volumen abastecido, con 670 kilogramos, representando 41%, seguido para judías iniciadoras, con 320 kg (19%) y judías macasar/judías verdes, con 312 kg (19%). Entre las 57 variedades, 22 fueron clasificadas como stock crítico (CE ≤ 2 kg), seis de las cuales fueron frijol de puesta en marcha, cinco de frijol puré/de cadena, cuatro de fava, dos de forraje, dos de semillas oleaginosas, uno variedad de frutero y uno de tubérculo. Basado en análisis del stocks de semillas autóctonas de Queimadas y la Red BSC del Territorio Borborema, se establecieron estrategias de acción para conservar la biodiversidad y garantizar semillas para los agroecosistemas familiares de la región, incluyendo: implementación de campos de multiplicación, intercambio de semillas entre BSC, aportes externos y control de movimiento de acciones.

DOI de la versión traducida: https://doi.org/10.4322/rae.v15n2.e202111.es

Palabras clave

Semillas Criollas, Bancos Comunitarios de Semilla, Biodiversidad, Ergonomía Participativa, Ergonomía Comunitaria.

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